
Apenas e simplesmente o meu entendimento sobre o texto!
16.ª Edição da Editora Caravela Lda.
Grandiosa conversa do autor com a sua criança interior, sim, para mim é exactamente disso que o livro fala.
Pg 10 – “………… e dedicar-me antes à geografia, à história, à matemática e à gramática. Foi assim que, aos seis anos, me vi …….”
É a velha sempre actual “estória” da castração que a sociedade nos impõe, ainda hoje muito se utiliza essa forma de manipulação no formato sério de boas intenções, é errado mas quem o faz é com boas intenções, por isso, quase sempre sorrio quando me afirmam que o importante é a intenção!
Quando dizemos aos nossos filhos que têm de estudar dado que eles é que irão escolher se querem ser a Doutora Maria ou a tarefeira Maria, ao nossos pais em nada estão preocupados com a nossa felicidade, estão sim preocupados com a nossa segurança, sim, apenas e simplesmente por que já esqueceram o que é o amor, o que é a felicidade e simplesmente sentem a necessidade de nos forçar a ter segurança.
Pg 11 – “……Queria apurar se ela era mesmo capaz de perceber alguma coisa. Mas invariavelmente ……” “ …. tive uma avaria em pleno deserto….”
Sempre a eterna busca de quem vibra na mesma frequência, sempre a incessante procura das nossas “almas gémeas” e deserto tem o sentido de solidão, o deserto interior da nossa vida.
Pg 11 - (repetido dado aqui ser a parte mais “importante”) “Na primeira noite, deitei-me em cima da areia e adormeci……”
Para mim, é aqui, nesta noite que chegou o pacote de informação e o contacto com a criança interior, é nesta noite que tudo se passa, acontece com a entrega, com o abrir do coração. Como aparece? Aparece no formato de clique, assim “Por favor…. Desenha-me uma ovelha!”
Pg 14 – “isto é a caixa. A ovelha que tu queres está lá dentro.”
É a redescoberta da imaginação pura, algo que sempre ao longo da nossa educação foi sendo reprimido, é o ver com o coração!
Pg 22/23/24 – “E, com efeito ……. (até) …… com três arbustos…””
Tem a ver com a nossa limpeza interior, como um pequeno pensamento/ideia se pode tornar um conceito, depois um preconceito e depois uma obsessão se o/a deixarmos crescer, o discernimento da nossa balança interior tem que estar sempre afinado para realmente descortinar o que é importante e o que não o é!
Pg 27/28 – “ para que servem os espinhos? ………. “
Os espinhos são as nossas armaduras, as nossas mascarás, nelas nos sentimos protegidos, mas é apenas ilusório, não deixa que os outros nos vejam como realmente somos.
Pg 30 – “Amar uma flor …. (até) …. É tão misterioso, o país das lágrimas!”
Para mim, à melhor prosa, à mais simples e grandiosa que li sobre o amor incondicional!
Pg 30/31/32/33/34 – (todo o capitulo 8)
Uma excelente parábola sobre a aparente superficialidade, sobre o endeusar outros seres que obviamente têm capacidades mas não todas as capacidades, que são perfeitos em alguns aspectos mas não em todos!
Pg 34 – “….. passou a manhã a arranjar o planeta …….. “nunca se sabe” ….. uma data de aborrecimentos.”
É o trabalho diário que temos que fazer em nós, passamos imenso tempo a cuidar do nosso exterior e pouco tempo a cuidar do nosso interior.
Pg 36 – “A deus – disse a flor ….. vê lá se consegues ser feliz ….”
Realmente a nossa falta de frontalidade tem contornos dramáticos, a necessidade manipulativa que temos para forçar os outros a tomar darem o primeiro passo é terrível, isto, apenas por medo da rejeição.
Pg 36 – “Duas ou três lagartas terei que suportar se quiser saber como são as borboletas.”
É mesmo assim, sem escuridão que sentido teria a luz, sem tristeza que valor se daria à alegria, sem medo que como poderíamos ficar saciados pelo amor. Etc.
As visitas aos “planetas”
O Rei representa vontade de liderar, mas confundimos liderar com comandar, liderar é ser, comandar é dar ordens. É a auto-ilusão de um ser humano querer ser mais que outro ser humano.
O Vaidoso represente a necessidade que temos de sobressair da multidão, sobressair subjugando os outros, sobressair pisando os outros.
O Bêbado representa o apego a matéria, o circulo trabalho/casa/trabalho, representa a rotina, representa o estar perdido no meio de tudo.
O Homem de negócios representa a obsessão por algo que ganha uma dimensão tão grande que nos impede de ver mais, mais longe, mais fundo, de outra maneira.
O Acendedor de candeeiros o aumento de velocidade na nossa vida, a falta de tempo por não direccionarmos de forma útil esta vida que agora temos.
O Geógrafo representa os teóricos, os que se recusam a viver a realidade, os que apenas são cultos em frente a um monitor, os que falam de uma forma e actuam de outra, os que adquiriram demasiados conhecimentos e como não os foram aplicando na pratica agora se refugiam na imagem que criaram e de forma alguma sairão da “toca” pela incerteza de se conseguirão estar a altura da imagem que criaram para os outros.
Pg 62 – “Quando toco em alguém, devolvo-o imediatamente à terra de onde veio ….. Resolvo-os a todos – disse a serpente.”
Representação da morte e de como estamos aqui apenas numa forma transitória, não somos daqui!
Além disso com a “morte” física “toda” a informação fica ao nosso alcanço!
Pg 63 – O eco representa a nossa dificuldade em ouvir o que não nos agrada!
Pg 66 – “Julgava-me muito rico por ter ……mal me chegam ao joelho”
A dificuldade que temos em sair do nosso micro universo, o confortável (mas limitador) do chegar e disser ao empregado – o costumo se faz favor! – Sentimos que somos alguém importante, somos conhecidos e todos nos conhecem, mas, quando saímos, ou ficamos fascinados com o “exterior” e vamos em busca, ou voltamos para o conforto limitador do “costumo”.
Pg 66 - (todo o capitulo 11) “Foi então que a apareceu a raposa.”
Demasiado grandioso, nem me atrevo a comentar!
Pg 74 - (capitulo 12) O Agulheiro
Representa as pessoas que observam, estão certos que os outros estão errados, mas que pouco ou nada fazem para ajudar.
Pg 76 - (capitulo 13) O vendedor
Apenas a representação dos degraus que não nos levam a parte nenhuma.
Pg 81 – “Aquela agua muito mais que um alimento. Nascera da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço dos meus braços.”
Simplesmente e genuinamente o exercício puro da co-criação em acção.
Fico por aqui, é apenas uma coisa de nada comparando com a grandeza do livro, é apenas a minha opinião sobre umas pequeníssimas partes do livro, não tem de forma nenhuma de ser igual a tua, mas também pode ser, quem já leu, seria bom reler, quem nunca leu, que tal pensar em ler.
Fiquem bem