domingo, 18 de outubro de 2009

Tu és totalmente responsável por tudo que te acontece


Por Sílvio Mateus Tarquini, Psicanalista Clínico

E como melhorar? Primeiramente, é preciso se conhecer profundamente, para, em seguida, escolher e aplicar uma ferramenta adequada à sua autotransformação.

Inicie sua auto-análise perguntando-se: eu sou uma pessoa positivista?

Antes de responder, analise as seguintes situações comuns:

1. Quando alguém lhe pergunta COMO VAI? Você responde: "mais ou menos", "vou indo", "vou vivendo", "levando" ou desata a contar a todos os seus problemas. Se você se encaixa nessas situações ou similares, vai continuar MAIS OU MENOS, INDO, LEVANDO, VIVENDO como sempre, além de agravar os seus problemas por estar emanando repetidamente as respectivas ondas negativas cada vez que fala com alguém.

2. Quando fica doente, conta para todos, numa tentativa (consciente ou inconsciente) de atrair atenção (e a compaixão) pela dor? Se procede desta maneira, sua auto-estima deve estar muito baixa. É possível atrair a atenção (e a admiração) pelas suas qualidades que, com certeza, devem ser muitas.

3. No ambiente de trabalho, quantas vezes se flagrou pensando: "ninguém me dá o justo valor", "trabalho como um burro de carga e ninguém reconhece", "ele não faz nada e ganha muito mais do que eu, que injustiça", "ele é um incompetente", "esta empresa é uma droga" e outras que você já deve ter se lembrado.

Já lhe ocorreu que as pessoas ao seu redor REAGEM às ondas que você emite? Como quer ser reconhecido, ganhar mais, trabalhar numa empresa melhor, atrair bons colegas etc., se dentro de você existem apenas críticas e lamentações? Que ondas você está emitindo, positivas ou negativas?

4. Na área afetiva, quantas vezes se flagrou pensando "ninguém me ama", não consigo ter alguém", " fulano ou fulana vive me magoando", "pensa que me engana", "aposto que está mentindo", "quanta cobrança", "assim não dá", "se quiser, vai ser assim", "no início era gentil, agora ...", etc.

Como pode almejar um relacionamento harmonioso se não acredita em você e em seu parceiro ou parceira? Como quer ser amado ou amada se não se ama? Como deseja ter alguém, se não faz concessões? Como quer fidelidade se não acredita que isto seja possível?

No início falamos em crenças absorvidas de nosso meio, lembra-se? Quando era criança, quantas vezes ouviu de seus pais "você não faz nada direito", "esta conversa é de adultos, retire-se", "você é irresponsável", "não adianta mesmo, você não aprende" etc. As críticas sempre foram muito mais enfatizadas do que os elogios. E se já tem filhos, quantas vezes falou o mesmo para eles, quantas críticas foram feitas em relação a cada elogio?

Assim, como alguém tão humilhado e desvalorizado poderá se tornar uma pessoa positivista?

Ainda no ambiente familiar, quantas vezes presenciou discórdias entre seus pais? E quantas vezes os presenciou namorando? Qual foi a imagem que eles projetaram da vida, fácil, agradável ou dura e difícil? E se você já tem filhos, qual é a imagem que está projetando para eles?

Como você está neste momento de sua vida? Feliz, saudável, satisfeito sob todos ou quase todos os aspectos? E você acredita que isto é possível? Ou costuma afirmar que "não se consegue tudo na vida, quando um lado está bom, o outro despenca" ou " até que enfim algo de bom está acontecendo para COMPENSAR o resto". Então você acredita que o bom somente existe como forma de compensação?

Finalmente, reflita sobre os aspectos positivos de sua vida. Você consegue enxergá-los mesmo em situações bastante complexas? Ou presta mais atenção aos aspectos negativos? Quando se lembra do passado, fica remoendo os maus acontecimentos ou adora se lembrar dos bons? Você agradece, antes de dormir, por tudo de bom que lhe ocorreu ou dorme pensando nos problemas?

Depois desta análise, responda-me, você é uma pessoa positivista?

Fiquem Bem

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Pequeno João Sem Nome


Alguém saberá a quem dedico estas linhas!

O Pequeno João Sem Nome nem um mês de vida durou, já estava doente quando nasceu, aqueles que lá estavam mal o mantinham vivo, eles no íntimo sabiam que não iria conseguir, apenas o podiam manter quente e alimentado, ele morreu por conta própria, assim como se esperava.

O Pequeno João Sem Nome veio e foi, aparentemente num piscar de olhos, menos de um mês de sofrimento e tristeza, possivelmente a maioria de quem lê estas linhas nem por sombras quereria lá ter estado, usualmente nós não pensamos sobre isto, porem, também não podemos fingir que não existe.

Humanistamente, qualquer um de nós que tivesse junto dele teria chorado cada minuto da sua vida, isto porque somos construídos para amar, cada célula do nosso corpo é projectada para se preocupar com as crianças, agir quando se vê uma injustiça.

Então podemos perguntar, onde e como se encaixa então o esquema no Universo? Onde está Deus para deixar inocentes sofrerem assim?

Podemos dizer, e para quê, qual a necessidade de passar por aquilo?

Familiares e amigos deram suporte aos pais, que estavam transtornados, muitos deles com uma intensidade incrível, alguns ficaram de joelhos diante de Deus, implorado aos Santos, chamando por Deus, outros foram a igreja procurar apoio, todas as pessoas espirituais a sua volta rezaram para que o Pequeno João Sem Nome melhorasse, eles oraram para Deus: Pediram por um milagre!


Os Pais, eles pediram aos Santos para estarem com ele, para o ajudarem em tudo, pediram para que os Anjos o protegessem e o curassem, ficaram de joelhos, choraram e lamentaram, assim como pais amorosos fazem em situações horríveis como esta. Depois seus amigos vieram e colocaram suas mãos sobre eles, abraçaram e seguraram suas mãos.

Ele não sobreviveu, os detalhes do toda a situação deixariam cicatrizes na memória dos
Pais para toda a vida, alguns dos amigos que oraram arduamente viraram-se contra Deus. Eles disseram, o que adianta rezar se não funciona? Onde estavam os santos quando precisamos deles? Alguns descartaram seus santos, e muitos precisaram fazer a pergunta: Onde estava Deus quando o pequeno João sem nome precisou dele?

O Pequeno João Sem Nome tinha um Eu Superior, 0 Pequeno João Sem Nome e aquele Eu Superior tinham um acordo para virem para a Terra para criarem exactamente o que aconteceu, para passar por aquilo.

Apesar das preces, apesar de todo o potencial de intervenção angelical, nenhuma entidade exterior neste planeta pode mudar a absoluta livre escolha de outro ser humano, o Pequeno João Sem Nome estava em contacto com seu Eu Superior duma forma que possivelmente poucos podem compreender.
Juntos num nível bem mais elevado e mais grandioso do que se pode imaginar que uma criança pudesse ir, ele e seu Eu Superior reviram o motivo pelo qual ele tinha vindo para a Terra, quando esta revisão terminou, o Eu Superior fez uma pergunta para ele: queres mesmo por isto? Qual é a tua decisão?

Por que isto deveria acontecer? O que o Pequeno João Sem Nome sabia algo que era desconhecido por nós, num nível preenchido com sacralidade, ele sabia que o que iria aconteceu afectaria muitas pessoas, algumas precisavam de examinar a espiritualidade, algumas precisavam de sair de cima do muro e decidir qual o significado de Deus.

Cada um teria uma reacção, uma reacção que poderá durar uma vida inteira, o aparente sacrifício de um foi preparado para providenciar a iluminação para alguns.

O Pequeno João Sem Nome não era tão pequeno assim, ele era um gigante entre os humanos.

Foi-se embora e logo em seguida e voltou, isto é, assim que foi apropriado, ele até se juntou novamente ao mesmo grupo que tinha deixado.

Eles nunca perceberam, talvez nem acreditassem.

Fiquem bem

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DESCULPA (ou talvez não!)


Usualmente quando somos apanhados em erros (e tal reconhecemos) pedimos desculpa, pois, raramente serve de alguma coisa, raramente aprendermos e interiorizamos o erro para servir de aprendizado, o que na maioria das vezes queremos é limpar a nossa imagem num relâmpago político e manipulador.

Quando realmente o pedido de desculpa é genuíno, realmente aprendemos, isto é, possivelmente nunca mais iremos repetir esse mesmo erro, então sim, ficamos então um pouco maiores por dentro, com mais umas coisas arrumadas, permite então que passe a existir espaço para o que se seguir!

Possivelmente em vez de “desculpa” seria melhor dizer “não leves a mal”

Fiquem bem