sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Machismo Português e as Traições Amorosas



Na gíria portuguesa, os palitos são a versão económica, e mais moderna, dos cornos. Os cornos, à semelhança do que aconteceu com os automóveis e os computadores, tornaram-se demasiado volumosos e pesados para as exigências do homem de hoje. Daí a crescente popularidade dos mais portáteis e menos onerosos palitos. Contudo, visto que se vive presentemente um período de transição, em que os novos palitos ainda se vêem lado a lado com os tradicionais cornos, continuam a existir algumas sobreposições. Uma delas, herdada do antigamente, deve-se ao facto dos palitos não se saldarem numa diminuição proporcional de sofrimento. Ou seja, não dão uma mera dor de palito — dão à mesma, incontrovertivelmente, dor de corno. Não é mais carinhoso, por isso, pôr os «palitos» a alguém — continua a ser exactamente o mesmo que pôr os outros.

Tudo isto vem a propósito da forma atípica, entre os povos latinos, que assume o machismo português. Não se trata do machismo triunfalmente dominador, género «Aqui quem manda sou eu!», do brutamontes que não dá satisfações à mulher. Não — o machismo português, imortalizado pelo fado «Não venhas tarde», é um machismo apologético, todo «desculpa lá ó Mafalda», que alcança os seus objectivos de uma maneira mais eficaz. É, de facto, o machismo que, não só dá satisfações, como vive delas.

O machismo português é o machismo, não da força masculina, mas da fraqueza. Não consiste no homem armar-se em agressor, mas em vítima. O logro é este: o homem apresenta-se sempre à mulher como vítima da natureza «de homem», dele. Ser homem, para o machista português, é ser essencialmente fraco. É um não-ser-capaz de resistir às tentações; um envergonhado «já sabes como é, filha» que serve para legitimar todos os privilégios de que goza (aos quais chama «deslizes»). À mulher não se admitem estes abusos — os copos, as entradas às tantas da manhã, os romances — porque o homem português considera a mulher um ser superior. Como é superior — mais forte, mais séria, mais responsável, mais ajuizada — não tem, muito simplesmente, direito a nada.

O homem trata-a como se trata um deus. Julga que ela sabe tudo e, mesmo quando ele lhe mente, sabe que ela não se convence. Pensa também que ele pode tudo e é daqui que vem o medo enorme que lhe tem. E, tal como se faz com um deus, ele peca e pede perdão, mas sem perdoar em troca — porque um deus, por definição, não pode pecar. Se acaso uma mulher não corresponde a este comportamento divino, é logo considerada uma desgraçada, uma meretriz, uma sem-vergonha. Em suma: no fundo, uma criatura tão baixa e desprezível como um homem.

Logo, é a inferioridade do homem — infinitamente confessada, declarada e propagandeada — que lhe impõe o direito de pecar e ser perdoado, e a superioridade da mulher que lhe confere a obrigação de perdoar. O homem, no machismo português, é pouco mais que uma pilha imponente e irresistível de vulnerabilidades. As outras mulheres atraem-no sempre contra vontade, e ele, coitado, não se consegue defender e vai-se instantaneamente abaixo. Como cantava o Carlos Ramos «Tu sabes bem que eu vou para outra mulher, que eu só faço o que ela quer...». A mulher, cheia de uma compreensão indistinguível da santidade, vê-o da janela, coração a sofrer de amor e de piedade, e apenas lhe pede («com carinho») que não venha tarde, «sabendo que ele vem sempre mais tarde». É este o machismo estritamente português, a meio-caminho entre o «Desculpem qualquer coisinha» e o «Era uma vez um rapaz». Nunca diz, à castelhana, «Quero e posso!»; nem disfarça, à italiana, dizendo «Posso mas não quero». Não. Diz, muito à portuguesa «Não quero, mas o que é que tu queres?, é o que posso...». O homem português nunca tem culpa. Arrepende-se sempre, mas não tem culpa porque não consegue deixar de fazer (por muito que não tente) as coisas que lhe apetece imenso fazer. A mulher, em contrapartida, tem quase sempre culpa. Tem, por exemplo, a culpa de atrair o homem, não porque o queira atrair (o querer ou não é irrelevante), mas, simplesmente, porque é mulher, e ele é homem, e não há absolutamente nada a fazer...

O machismo português não é afirmativo e orgulhoso frente à mulher. É um machismo conjuntivo — «Eu bem gostaria de ser fiel, mas...», ou «Eu bem gostaria de passar mais tempo em casa, mas...», ou ainda «Eu bem gostaria de não ser como sou, mas...». É esse «mas» que torna o machismo português diferente — não é tanto de macho como de «mas», não é tanto um autêntico machismo como um masismo. Ele não é senhor do seu destino, como ela é do dela (e do dele). As coisas acontecem-lhe, ele bem tentou; foi uma coisa que lhe deu, ele nem sequer deu por ela, e, pronto, «o que é que tu queres, filha?», aconteceu...

A relação entre o homem português e a mulher é vista (pelo homem), como a relação que tem cada um com a sua consciência. E, ao passo que cada um pode andar na boa vai-ela (e depois penitenciar-se), o mesmo não se imagina (nem consente!) à consciência. E, o mais engraçado de tudo, é que a mulher que «sabe tudo», até isto sabe. Ou seja: sabe perfeitamente que esta do «Tu sabes bem...» é pouco mais que uma excelente treta que os homens propagam para poderem pensar que se divertem mais do que as mulheres. O que torna a mulher portuguesa ainda mais superior. Claro.

Tudo isto para regressar, sem dor, à questão dos palitos. A tese central, criação única do machismo português, é esta: É muito fácil pôr os palitos a um homem (basta a mulher olhar para outro), mas é quase impossível pôr os palitos a uma mulher (porque nunca se consegue enganar a consciência). Um homem pode ser, por dá-cá-aquela-palha, um «corno manso», o que é muito pior que ser um corno selvagem ou só semicivilizado. Mas não existe, na língua, correspondência para o sexo feminino. Os palitos são uma coisa terrível que as mulheres podem pôr aos homens mesmo sem chegar a pô-los; mas que os homens nunca podem pôr às mulheres, por muito que lhos ponham. Nesta vantajosa lógica, bastante mais complexa e respeitosa do que aquela que anima outros machismos menos atlânticos, se encontra a alegria e a tristeza do autêntico macho português — aquele que vem sempre mais tarde, mas cada vez mais cabisbaixo.

Miguel Esteves Cardoso, in 'A Causa das Coisas'

Fiquem bem

terça-feira, 16 de novembro de 2010

1 conto



Um antigo conto oriental

Um homem, possuidores de muitos poderes tinha um grande rebanho. Este rebanho era a fonte de sustento, status e poder desse homem, pois em sua sociedade pastoril o tamanho do rebanho era o sinal do poder de seu possuidor.

Porem, tal rebanho era também a fonte de preocupações do mesmo homem, pois os carneiros fugiam, tinha que pagar muitos empregados e muitas vezes era roubado.

Certo dia teve a ideia da solução: Reuniu todas as ovelhas numa garganta.

Colocou-se num lugar de onde todas podiam vê-lo e ouvi-lo.

Usando seus poderes hipnóticos convenceu a todas que ele era o Deus supremo, o senhor, o bom pastor que as conduzia por pastos verdes e fartos, sombras calmas e água fresca.

Sempre seria assim, elas eram ovelhas e mesmo quando parecia que ele as tosquiava impiedosamente e que ao final vinha degolá-las aquilo nada mais era que a passagem ao paraíso, perderiam o pesado e pecaminoso corpo e entrariam em espírito num estado de glória, onde a grama era eternamente verde e boa, a água sempre fresca, e nenhum lobo ou leão da montanha poderia neste céu entrar.

Disse-lhe que eram imortais e que não precisavam se preocupar com nada, só em comer e beber para a plenitude do pastor.

Porem para isso, elas deveriam estar sempre onde ele mandasse e jamais ir com outros, esses sim o mal e a perdição.

Após o seu sermão ele observou por alguns dias o rebanho, ficou satisfeitíssimo com o resultado.

Despediu todos os pastores, só deixando um de guarda para o caso de ladrões.

Nunca mais precisou se preocupar nem mesmo com a cerca.


Fiquem bem

sábado, 9 de outubro de 2010


Já fez uns anitos........(texto antigo)

Pois, será!

"Regressando hoje a casa, no rádio alguém dizia que morria uma criança de três em três segundos neste mundo, que se devia dizer ao estado Português que não se toleraria mais esta situação, tem a ver com a campanha “um mundo sem Fome” (creio que é o nome!)

Entrei em mim e perguntei-me genuinamente (dado que para mim mesmo não tenho necessidade de mentir) se me importava verdadeiramente com a questão, obvio que o politicamente correcto é dizer que sim ou se me quiser refugiar em bases mais espirituais poderia dizer que a morte não existe …….. bla bla bla, mas porra, a morte existe, se existe, o sofrimento é aqui e agora!

Revi mentalmente o meu dia, questionei-me se algum ser dos que tinha interagido se importava com o estar a morrer uma criança com fome de três em três segundos!? Possivelmente sim, mas na realidade creio que não, creio que o nosso umbigo é bem mais importante, claro que todos nos importamos (mais ou menos momentaneamente), claro que vendo algumas imagens na TV até algumas lágrimas podem chegar aos olhos, mas (sempre o “mas”) quanto tempo é que isso dura, bem dura 38 segundos se estivermos sós e desocupados e 7 segundos se não!

Continuamos a ter a nossa sensibilidade no bolso, seria bom cada um de nós recordar (agora) quando é que foi a ultima vez que fez algo importante por alguém desconhecido de forma totalmente desinteressada!? (tu aí ao fundo, pode ser por alguém conhecido!) possivelmente uma das maiores armadilhas da “nova era” é o conceito mal entendido de cada um fazer o seu caminho sem se intrometer no caminho dos outros, claro se perguntarmos a (seja quem for) se se importa com essas crianças? A resposta será evidentemente que SIM, mas se em seguida se perguntar se pode receber uma delas por 24 horas e cuidar dela a resposta é ………….. (pergunta a ti mesmo o que responderias?) (tu aí ao fundo! Eu sei que não tens tempo ………)

Claro que seria bem mais aceite em vez de estar a escrever estas linhas fazer um copy/paste de um texto fantástico, até receberia respostas que enviava uns textos fantásticos, mas os textos fantásticos tem na maioria dos casos a duração de 38 segundos e (não generalizando) apenas ajudam a manter a fachada da “beatitude” (muito hoje em moda) exterior da “nova era” dado que assim que a “rabo é pisado” as reacções são as mesmas de sempre! Ressalvo que existe felizmente muitos seres que ajudam muitos seres (mais ou menos não é importante), discutir números é quase pornográfico, o importante é a disponibilidade para fazer algo sem querer receber ou louros de tal acção.

Fiquem bem (pelo menos 38 segundos) (tu aí ao fundo, deixa pra´la!)

João Gonçalves

ICC-Não me importei muito com as crianças mas vou me esforçar para me importar mais! "

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Qual a melhor religião?


Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o Dalai Lama.
Leonardo Boff explica:
"No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos,
na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga”:

- "Santidade, qual é a melhor religião?"

Esperava que ele dissesse:
"É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."

O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos - o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia
contida na pergunta - e afirmou: "A melhor religião é a que mais
te aproxima de Deus, do Infinito". É aquela que te faz melhor."

Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- "O que me faz melhor?”.

Respondeu ele:
-"Aquilo que te faz mais compassivo" (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético...
A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...”

Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.

Não me interessa amigo, a tua religião ou mesmo se tem ou não tem religião.
O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade, perante o mundo...

Lembremos:
"O Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos".

A Lei da Ação e Reação não é exclusiva da Física. Ela está também nas relações humanas. Se eu ajo com o bem, receberei o bem. Se ajo com o mal, receberei o mal.
Aquilo que nossos avós nos disseram é a mais pura verdade: "terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros".

Para muitos, ser feliz não é questão de destino. É de escolha.

Pense nisso.

Fiquem bem

sábado, 28 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Parte II

O curso foi passado num relâmpago, cada vez mais se sentia em casa, finalmente tinha encontrado algum sentido de vida, partilhava algumas alegrias com as camaradas, elas eram fantásticas, bem, tirando a Guimarães que era do tipo “todos lhe devem e ninguém lhe paga”…………..

Pegou num pijama que estava em cima da cama e foi arruma-lo no armário, pegou no frasco vazio e leu os efeitos secundários ……………… e riu, riu imenso, gargalhou como já não o fazia a algum tempo, o capelão tinha dito que acabaria por esquecer e voltaria a rir quando algo realmente engraçado acontecesse, e não é que ele finalmente tinha razão …………………..

Aquele trio, 1º Morais, 1º Tomás e o ajudante Neves, já não tinha qualquer raiva, nem sequer medo, sentia a mente a ficar menos lúcida, pulou mais uma vez …………….

Guedes, Guedes, 10 minutos para te vestires e te apresentares no bar dos sargento – era algo que no inicio lhe tinha parecido estranho, tinha deixado de ser Fernanda para ser Guedes, depois até começou a gostar, era como se fosse uma pessoa diferente – olhou ensonada, era o cabo dia a gritar junto a cama, mas como é que teria entrado, pois, a Judite tinha dito que ia ter com o namorado, possivelmente não tinha trancado a porta, olhou para o telemóvel, eram 23:50 ……………………………………

Tinha tido uma pequena festa no quarto, a Judite tinha trazido um bolo de arroz com duas velas a fazerem 20 anos, também se tinha juntado a Jordão e a Tavares, vinte anos não se faz todos os dias e claro, tinham cantado os parabéns ………………..

Continua ……………………………

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Violação!!!!! e apenas silencio! (Parte I)


Como é que é mesmo? Sim pois, já me recordo, qualquer semelhança com algo real é apenas uma mera coincidência!

Fernanda, 20 anos completados a pouco mais de 6 meses, para ser preciso: 12 de Junho é a data do seu aniversário.

Fernanda nem sonhava o quanto marcante iria ser o seu vigésimo aniversario, era um rapariga nem bonita, nem feia, com uma silhueta nem perto nem longe de ser uma top model, era que se poderia dizer uma mulher como tantas outras, cabelos negros, olhos lindos e amendoais sempre a rir e um rosto com uns pequenos traços superficialmente orientais, isto era a Fernanda a pouco mais de 6 meses, agora, ela já não ri com os olhos, maior parte do tempo ficam fixos e vazios.

Sentada em frente a pequena mesa que lhe servia de secretário no seu quarto o seu olhar estava fixo numa embalagem de sonífero, a mente voo até a infância, 12 anos, o primeiro beijo, um beijo “roubado” pela sua colega e melhor amiga, a Carolina! A Carolina era uma miúda fantástica, lindas traças louras, um sorriso de luz, a Fernanda era mais do tipo Maria-rapaz, sempre de calças de ganga+ tshirt+ténis …………………

Fugazmente voltou ao quarto, logo a mente fugiu para o jardim junto a casa dos seus pais, tinha 14 anos e foi naquele jardim que os seus seios foram tocados pela primeira vez, Rui, o primeiro amor, o Rui era lindo, ia ser o seu amor para sempre……………

Voltou ao quarto, as olheiras de semanas estava mais profundas que nunca, recordou-se de Pai, o Pai era alguém de quem ela tinha receio, via-o pouco e quando o via ele basicamente apenas ralhava com ela ou simplesmente despejava uns conceitos sobre o que ela devia fazer ou/e ser………………….

Voltou ao quarto ainda ouvindo a voz do Pai martelando-lhe a cabeça – nunca iras ser ninguém na vida, nunca começas e acabas nada! – Desta vez o Pai teria de dar a mão a palmatória! A mãe, enquanto esteve presente fazia o que podia para minimizar, a doença não lhe dava muitas possibilidades, um dia, a mãe não estava em casa, foi informada pelo pai que tinha ido para as termas para se tratar, nunca mais voltou………………………

Foi o avô, antigo militar que lhe deu animo para se alistar, o Pai apenas lhe gritou que se queria fazer carreira militar teria que ser no ramo dele, claro que ele isso não quis, foi um erro!

Os comprimidos estavam a começar a fazer efeito, alguma sonolência se manifestava, ou então era das noites em claro entremeadas por sono com pesadelos, o Capelão tinha lhe recomendado rezar muito e que os desígnios de deus eram por vezes incompreensíveis para os humanos, ela apenas queria um pouco de humanidade e não um deus que não entendia…….

Os 17 comprimidos que tinha ingerido deveriam chegar para dormir para sempre, ia para longe de tudo e de todos, claro que ela tinha ouvido comentários das companheiras, no máximo era uns “apalpões” disse a Vieira que era mais velha, só iam mais longe se deixassem, ela agora sabia que era mentira, todas (ou quase) tinham passado pelo mesmo!

Finalmente ia acabar os sorrisos trocistas, as bocas porcas, os apalpões quando era encurralada no arquivo, iria finalmente esquecer aquele sabor que lhe provocava vómitos e mais que tudo, iria deixar de ter pesadelos……………………..

A recruta até que não tinha sido má, assédio foi apenas da parte de duas camarada, tirando aquela noite na semana de campo em que um instrutor a tentou imobilizar na tenda duma forma em que tocava em todo o seu corpo, na altura ela apenas viu como um “teste”………

O Germano era realmente um ser encantador, romântico e fazia rir, foi o seu primeiro homem, na mesma semana em que lhe rompeu o hímen, rompeu o namoro, foi possivelmente a confusão de sentimentos que a encaminhou para a vida militar, queria ser mais forte, mais independente…………………………………

.....CONTINUA.....

sexta-feira, 18 de junho de 2010

SARAMAGO!!


Olá a todos, como faleceu hoje o escritor, exponho aqui um artigo de Sissa Madruga.
Nem concordava com tudo que ele escrevia, nem discordava de tudo!

Fiquem bem



Chiu…que se vai expulsar Saramago !
23 de Outubro de 2009

No meio político, José Saramago recebeu a crítica mais violenta até ao momento pela voz do eurodeputado Mário David, que falando em nome pessoal e assumindo-se católico não-praticante, disse ter «vergonha» de ser compatriota do escritor.
José Saramago afirmou, a propósito do seu último livro, «Caim», que a bíblia «é um manual de maus costumes e um catálogo de crueldades».
O eurodeputado Mário David não gostou do que ouviu, sente-se insultado, e por isso escreveu no blog da Internet, tendo-o repetido depois à TSF, que Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa.
«Apenas utilizei no meu site pessoal uma atitude que o senhor José Saramago ameaçou há uns anos que ia tomar e portanto se estaria nessa disposição, talvez não fosse mau ele saber que há uma série de compatriotas nossos que não se reveêm nas posições extremistas dele e portanto se é esse o sentimento dele que concretize essa mesma ameaça», afirmou Mário David.
Fonte - TSF



Costumo dizer que uma frase solta descontextualizada pode transformar uma noticia banal em algo bombástico.

Foi assim que captei a meio a noticia que inicia este escrito…as palavras “deveria renunciar á nacionalidade portuguesa” eriçaram-me os pelos e pensei para comigo quem seria o “juiz”que proferia tamanho disparate.

Corri a internet á procura do contexto, e ei-lo acima publicado – contextualizado, para quem duvidar das minhas palavras…



Já não é Portugal um pais livre ???

Porque raio tem um autor de ser julgado, ou levado a justificar o seu escrito, apenas porque o conteúdo incomoda AB ou C ???

Que eu saiba, este livro não tem pernas, não entrará a correr pelas nossas casas adentro, a não ser que seja levado por alguém. Ou seja, só o lê quem quer!

Eu não o li… (ainda) ! E talvez não o venha a ler, mesmo porque o tema não me interessa sobremaneira, também nunca li a Bíblia - mea culpa, mas não podia deixar de expressar publicamente o meu desagrado apenas e tão só, pela liberdade de escrita, estar a ser tão contestada…



Mas li hoje algures, a titulo de piada, que o próximo livro do autor em causa, poderia intitular-se “A vida segundo Saramago”, e devo confessar que esse seria sim um best seller, porque “ Cain” é apenas ficção, um romance com muita imaginação sem freio nem censura. Agrade ou não… é literatura!



Claro que o sr. Eurodeputado tem todo o direito de exibir a sua opinião, mas sugerir que se repugne um cidadão, apenas porque não concorda com o que ele escreve parece-me um tanto inquisitório, um notório ataque á liberdade de expressão.



A respeito, cito Lidia Bulcão, no seu Blog “A Ilha dentro de mim” - «A organização Repórteres sem Fronteiras relegou Portugal para o 30º lugar do ranking dos países que mais respeitam a liberdade de imprensa. No ano passado, Portugal ocupava o 16º lugar, a par de outros países europeus. Esta é sempre uma má notícia para os profissionais da comunicação, para os cidadãos e, sobretudo, para o estado da democracia. A medida da liberdade de imprensa é, também, uma forma de avaliação da democracia. Não há democracia sem liberdade de expressão e liberdade de imprensa.»



A propósito…nunca entendi bem o que é essa coisa, que afinal parece não ser de - Católico não praticante ?????

As Lágrimas



As pessoas perderam quase que completamente a dimensão das lágrimas. Elas só as deixam sair quando estão em profundo estado de dor ou sofrimento. Esqueceram-se de que as lágrimas também podem ser de felicidade, de enorme prazer, de celebração. Pode-se chorar de tanto rir.

As lágrimas não têm nada a ver com o sofrimento ou a felicidade. Elas têm a ver com qualquer coisa que seja muito profunda e precise transbordar. Pode ser felicidade, pode ser tristeza. Qualquer coisa que seja intensa demais, impossível de conter, algo que transborde: a xícara ficou cheia demais. As lágrimas saem desse excesso. Então, dê a elas o seu devido valor.

Osho de A a Z: Um dicionário espiritual do aqui e agora

Fiquem bem
ICC-Lagrimas não passam de sentimentos não contidos!

sábado, 12 de junho de 2010

'Os 4 Compromissos do Guerreiro Espiritual'


"Para se ser mestre da própria vida, precisamos prestar atenção em como nos movemos neste mundo
Precisamos estabelecer um compromisso com a ética!

Ambição é tudo que se pretende fazer na vida.

Ética, são os limites que se impõe na busca do que se ambiciona.

Um forte exemplo de compromisso com a ética está no tratado:
'Os 4 Compromissos do Guerreiro Espiritual' desenvolvidos pelo Xamã toltec mexicano D. Miguel Ruiz.

São 4 simples e profundos compromissos:

1) Seja impecável com sua palavra! Fale com integridade!

Diga realmente o que quer expressar. Evite usar a palavra para falar contra si mesmo ou falar futilidades sobre os outros.
Use o poder de palavra na direcção da verdade e do amor.

2) Não leve nada a nível pessoal. NADA!! Nada do que os outros fazem é por sua causa! NUNCA!!!
O que os outros falam e fazem é a projecção da realidade deles! Do sonho deles!

Quando se é imune às opiniões e acções dos outros, não se será vítima de sofrimento desnecessário.

3) Não faça suposições. Encontre coragem de fazer perguntas e expresse o que verdadeiramente quer.

Comunique-se com os outros o mais claramente possível para evitar mal entendido, tristeza, dramas. Seguindo a penas este compromisso, pode mudar completamente a sua vida

4) Sempre faça o seu melhor.
Seu melhor vai mudar de momento a momento. Será diferente de quando você estiver saudável ou quando estiver doente. Em qualquer circunstância, simplesmente dê o seu melhor. Assim evitará ficar a julgar-se, abusando de si mesmo, evitará remorsos.

Enfim, a ética é feita de novos valores e escolhas!

Ser impecável com nossos valores e escolhas, independente da pressão externa do mundo, é a chave de toda a ética.

Quais são os seus valores? Quais são as suas escolhas?
Quem é você? Qual é a sua ética?"

Fiquem bem

sábado, 1 de maio de 2010

ATITUDES!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Realmente o ser humano é algo lindo, porem, por vezes algumas pequenas afinações são importantes, não é nada de novo, apenas uma pequena ajuda a recordar que pelo menos para mim serve.

O famoso julgar, é difícil não julgar nem ser julgado, bem difícil!

Quando julgamos, cremos que conhecemos alguém ou uma situação na sua totalidade, creio que isso é pouco provável, ainda, os julgamentos supõem que alguém que se encontra em determinada situação a poderia ter evitado, isso é algo irreal, todas as acções representam a consciência dum determinado estagio especifico de desenvolvimento.

Comparar também é algo que usualmente fazemos, seja lençóis, acções ou pessoas, cada um de nós e cada situação são únicas e não podem ser comparadas, tudo é temporal e geográfico, todas as comparações se baseiam essencialmente em ilusões.

Rotular é mais uma das nossas atitudes diárias, rotular limita as condições de vida, quando auto-rotulamos uma situação ou doença estamos a dar desarmonia e credibilidade ao “achismo” em detrimento da harmonia, deveríamos perguntar antes – porquê? – e a resposta surgira sempre no momento em que a compreensão nos será necessária num processo orgânico de desenvolvimento e maturidade.

Fiquem bem

domingo, 11 de abril de 2010

sábado, 3 de abril de 2010

Coelho da páscoa (do Veríssimo)


- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é ...... bem ......
é uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o
nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me
engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição
pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a
viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus,
três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou
e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ....... .Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas!
Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que
esse menino foi batizado!
- Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito,
sem ir numa missa pelo menos aos domingos.
Até parece que não lhe demos uma educação cristã!
Já pensou se ele solta uma besteira
dessas na escola? Ave Maria!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa.
Você vai estudar isso no catecismo.
É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade
fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a
Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus.
É um negócio meio complicado, nem a mamãe
entende direito. Mas quando você for no catecismo
a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel,
só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né?
Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso?
Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa
e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa .......
ou terá sido na quarta-feira de cinzas?
Ah, garoto, vê se não me confunde!
Morreu na sexta mesmo e
ressuscitou no sábado, três dias depois!
- Como?
- Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte
de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai
fazer a malhação do Judas.
Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai.
Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?
- Não, foi comprar ovo de Páscoa.
Ligue mais tarde, tchau.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome
dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim
esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!!!

(Luís Fernando Veríssimo)

Fiquem bem

terça-feira, 23 de março de 2010

A NÃO VIOLENCIA NA CRIAÇÃO DOS FILHOS


O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do MK Institute, contou a seguinte história sobre a vida sem violência, na forma da habilidade de seus pais, em uma palestra proferida em junho de 2002 na Universidade de Porto Rico.
Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô havia fundado, e que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul.
Vivíamos no interior, em meio aos canaviais, e não tínhamos vizinhos; por isso minhas irmãs e eu sempre ficávamos entusiasmados com possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema.
Certo dia meu pai me pediu que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade. Como íamos até a cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos o dia todo, meu pai me pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina. Quando me despedi de meu pai ele me disse:
"Nós nos encontraremos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos."

Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto com o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora. Quando me dei conta eram 17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meu pai.

Eram quase 18 horas. Ele me perguntou ansioso:
"Por que chegou tão tarde?"
Eu me sentia mal pelo ocorrido, e não tive coragem de dizer que estava vendo um filme de John Wayne. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O que eu não sabia era que ele já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que eu estava mentindo, me disse:
"Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso."
Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação.
Não pude deixá-lo sozinho... Guiei por 5 horas e meia atrás dele... Vendo meu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que eu havia dito.
Decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: "Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.

"Este é o poder da vida sem violência."

Fiquem bem
Texto da net

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Adão, o precipitado!!!!


Deus acabara de criar o mundo, mas ainda tinha 2 coisas na sua sacola de criações,
então ele decidiu dividi-las entre Adão e Eva.
Ele disse ao casal que uma das criações que ele ainda tinha para dar era a habilidade
de urinar em pé.
"É bastante prático, eu estava pensando em qual de vocês gostaria de ficar com essa habilidade".
Adão deu um salto e começou a gritar,
"Oh, Deus, dê para mim! Eu adoraria ter essa capacidade!
É o tipo de coisa que os homens deveriam fazer. Por favor, por favor, pelo amor de Deus,
deixe-me ter essa habilidade, seria tão maravilhoso! Quando eu estiver trabalhando no jardim,
eu poderei estar simplesmente em pé e deixar fluir. Seria tão bom, eu poderia escrever meu
nome na areia. Oh, por favor, Deus, deixe-me ser o privilegiado a receber este presente,
deixe-me mijar em pé, por favor..."

Diante de tanta excitação, Eva apenas sorriu e disse a Deus que se realmente Adão
fazia tanta questão, se era o tipo de coisa que o deixaria tão feliz, que ele deveria ganhar a
capacidade de fazer xixi em pé.

Então foi dado a Adão a habilidade de controlar a direção de sua urina na
posição vertical. De tão alegre, Adão comemorou "regando" a árvore que estava perto dele,
rindo de prazer enquanto fazia isso. "Muito bem," disse Deus, olhando para dentro de sua
sacola de criações,

"Deixe-me ver o que sobrou aqui... Ah, sim, Orgasmos múltiplos....."

Fiquem bem

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

VERDADE!!??


A verdade é a verdade INDEPENDENTEMENTE do que eu, tu ou os outros escolhem ACREDITAR.

Se seguimos o que sentimos então por que duvidamos?

Acreditar é o que? Tem conteúdo? Uma crença é sinónima de verdade?

Acreditar é muito diferente de confiar...

Confiança é total, é não duvidar pois sabes e sabes por que sentes...

Crença é um sistema ilusório de convencimento baseado em hipóteses que servem o propósito da mentira.

Todos somos livres de acreditar no que quisermos...

Acreditamos no que sabemos... no que confiamos...

Lembrem-se... confiança é muito diferente de crença...

Confiar no nosso Coração, na nossa Intuição... Confiar em nós...

Acreditar é declarar verdade sem SABER que é verdade... é um tiro no escuro, uma hipótese, uma Auto-Ilusão... Procurem a Verdade...

Ao contrário dos X-Files... A Verdade está LÁ DENTRO... bem no Centro do nosso Coração.

Fiquem bem

domingo, 10 de janeiro de 2010

RELACIONAMENTOS!


Esta nossa humanidade sofisticada ultrapassou a imaginação de qualquer cultura mais antiga, demasiadas coisas estão a desaparecer dado que dependiam de necessidades que já não existem, existe porem o conceito de independência, porem, ser independente não nos fará nunca mais necessitar dos outros, alem disso, ser absolutamente independente nós transforma em seres solitários, todos nós necessitamos de alguém, é o espírito da “coisa”!

Como é óbvio, um relacionamento apenas pode ser possível se existir mais de um ser envolvido, cuidado, quando alguém num relacionamento se sente imprescindível é por que também se esqueceu também do espírito da “coisa”, demasiadas vezes a preguiça impede que tenhamos o atrevimento de quebrar os círculos viciosos da indolência, enfim, podemos fazer tanta coisa boa!

Possivelmente basta estar atento ao surgimento de pequenas coisas de todos os dias, basta nos focar nelas e sentimos o coração arder, não são as grandes coisas que são importantes, agora, são as insignificâncias que nos levam a conquista da interdependência equilibrada!

Fiquem bem