sábado, 1 de novembro de 2008

O JULGAMENTO


Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam, pois ele tinha um lindo cavalo branco...

Homens ricos e poderosos ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia:


- Este cavalo é como uma pessoa para mim. E como se pode vender uma pessoa, um amigo?


O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo.

Numa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira.

A aldeia inteira se reuniu, e disseram:


- Seu velho estúpido! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado. Teria sido melhor vende-lo. Que desgraça!


O velho disse:


- Não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira.


Este é o fato, o resto é julgamento. Se é uma desgraça ou benção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?


As pessoas riram do velho.


Elas sempre souberam que ele era um pouco louco. Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou. Ele não havia sido roubado, mas havia fugido para a floresta. E mais, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens consigo.


Novamente, as pessoas se reuniram e disseram:


- Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser uma benção.

O velho disse:


- Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo esta de volta... quem sabe se é uma benção ou não?

Este é apenas um fragmento.


Você lê uma única palavra de uma sentença - como pode julgar todo o livro?


Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado.


Doze lindos cavalos tinham vindo...O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens.

Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram.


Elas disseram:


- Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas, e na velhice ele é seu único amparo. Agora você esta mais pobre do que nunca.


O velho disse:


- Vocês estão obcecados por julgamento. Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou benção. A vida vem em fragmentos, mais que isso nunca é dado.


Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra, e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas. A cidade inteira estava chorando, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria.


Elas vieram até o velho homem e disseram:


- Você tinha mesmo razão, velho - aquilo se revelou uma benção. Seu filho pode estar aleijado, mas ainda esta com você. Nossos filhos foram-se para sempre.


E o velho disse:


- Vocês continuam julgando. Ninguém sabe o porquê de todas as coisas! Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para o Exercito e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe se isso é uma benção ou uma desgraça. Não julguem, porque dessa maneira jamais saberão a verdade completa.

Vocês ficarão obcecados com fragmentos, e pularão para as conclusões a partir de coisas pequenas. Quando você julga sem conhecer todos os fatos, deixa de crescer. Este tipo de julgamento significa um estado mental estagnado. Na verdade, a jornada nunca chega ao fim. Um caminho termina e outro começa: uma porta se fecha, outra se abre. Você atinge um pico, sempre existira um pico mais alto. Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente, e de crescer nele... somente estes são capazes de caminhar com Deus.
Fonte -http://prgilsonmedeiros.blogspot.com

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite amigo.

Pois é verdade, em tudo, somos assim ignorantes, e assim sendo, o que nos sucede de menos agradável segundo as nossas expectativas, consideramos azar, mas segundo dizem não há concidências, havendo ou não, se olharmos de outras perpectivas, o que nos desagrada podem vir a ser bençãos, ou janelas que nos abrem novos horizontes.Quando não podemos identificá-las no momento,deveriamos contabilizá-las valem sempre pela formação que nos trouxeram. O importante é reconhecer isso, mas a maioria das pessoas, após o desapontamento não se encontra emocionalmente preparada para reconhecer esta verdade e acaba metendo os pés pelas mão e sendo infeliz, embora também esta infelicidade seja uma formação, e...blá, blá. Colocaste um pequeno texto com uma excelente mensagem, meditemos nela.

Um abraço.

Carteiro disse...

Olá

Como creio que sabes, eu vejo as “coisas” assim:

Todos nós estamos dentro duma esfera de cristal, dentro dessa esfera convivermos com uma névoa colorida, poder ter sempre a mesma cor, pode ir mudando de cor, pode ser mais densa, pode ser menos densa, pode tudo………… (são os nossos conceitos).

O mais grave é que vemos o mundo (os outros) através do cristal, e como num carro a noite em que se ascende a luz interior, vemos o mundo através do nosso rosto (nossos preconceitos).

O truque, é pouco a pouco ir desfocando a vista para cada vez mais se ver o mundo sem vermos o nosso rosto, sim eu sei, é bem difícil.

Fiquem bem

ICC- não me canso de dizer isto (ehehehe)

Anónimo disse...

Sempre adorei os textos que colocas para fazer pensar... ás vezes esquecemo-nos :)

Uma amiga

Carteiro disse...

Olá
Exacto, por vezes, esquece, esquecemos todos, e também quando coloco um texto ele é primeiro para mim.

Fica bem