terça-feira, 23 de setembro de 2008

Uma Lição Extraterrestre (trecho)


Certo dia, uma nave espacial, oriunda de uma Galáxia muito distante, onde vivia uma raça bastante evoluída, chegou à Terra. Estava em missão de pesquisa e expansão das suas relações com os habitantes de outros mundos.Penetrando na atmosfera da Terra, os cientistas da nave logo perceberam, pelo alto grau de poluição, que era um mundo bastante primário.


Por precaução, acionaram um dispositivo de segurança que os tornaria invisíveis e intangíveis. Assim, poderiam observar melhor o temperamento do ser humano no seu dia-a-dia, sem serem endeusados ou atacados por ninguém.Durante anos, eles pesquisaram a vida no planeta em todos seus aspectos.


Desde o comportamento do ser humano até a qualidade dos elementos da natureza, bem como a relação entre ambos. O resultado dessas pesquisas revelou que os terráqueos eram primitivos e não dominavam suas emoções.


Além disso, a falta de consciência ecológica da humanidade estava destruindo o ecossistema do planeta.O comandante da expedição espacial, após avaliar os dados da pesquisa, resolveu então mudar seu programa de ação.


A sua missão inicial era apenas pesquisar e estabelecer relações amistosas com os terráqueos, porém isso não seria possível, pois seu povo era pacífico e os terráqueos eram muito violentos.


Após muito pensar, o capitão extraterrestre resolveu aplicar uma tática psicológica, antes de abandonar a Terra, a fim de dar uma lição espiritual nos terráqueos.


Usando seus instrumentos avançados, comunicou-se através de uma freqüência secreta de rádio com os governos dos principais países do planeta, convocando-os para uma reunião secreta na sede da ONU (Organização das Nações Unidas).No dia e na hora marcados, eles se materializaram no centro da sala de convenções.


Presentes à reunião estavam os governos dos países convocados, os grandes líderes políticos, os cientistas, os militares, os religiosos e os ufólogos.


Todos estavam muito nervosos, pois seria a primeira vez que uma raça extraterrestre se comunicaria com os terráqueos.


Alguns nem acreditavam que aqueles seres extraterrestres fossem reais. Outros tremiam de medo.


Outros ainda, choravam de emoção, pois aquele contato já era esperado havia muito tempo.A aparência dos extraterrestres chocou alguns, já que era muito diferente da dos seres humanos.


Tinham pequena estatura (cerca de um metro de altura). Eram magros e delicados. Estavam vestidos com um tipo de roupa espacial futurística. Suas cabeças eram grandes e não tinham cabelos.


A pele era acinzentada-clara, parecendo meio enrugada e porosa. Tinham as faces largas e o rosto um pouco ovalado.


A boca era apenas um ligeiro traço e o nariz bem pequeno. Os olhos eram grandes e negros, oblíquos, ligeiramente amendoados para cima.


Emitiam um olhar profundo, magnético, que exprimia um ar de serenidade e doçura.Todos esperavam que eles se comunicassem no idioma inglês, que era a língua normalmente usada nas reuniões da ONU, porém, quando o comandante extraterrestre iniciou sua mensagem, seus pequenos lábios não se moviam.


Ele usava a telepatia, que é uma linguagem universal e dispensa idiomas convencionais.


Todos entendiam perfeitamente sua "voz mental", calma e pausada, ecoando dentro de suas mentes.Eis, na íntegra, o diálogo (mental por parte dos extraterrestres e vocal por parte dos terrestres), que se travou naquele dia memorável:


- Povo da Terra! Nós os saudamos com muito amor, em nome da F.G.S. (Federação das Galáxias Superunidas).


Não sei como me dirigir direito a vocês. Não sei se é melhor chamá-los de "Senhores da Terra" ou de "homo sapiens"!


Digam-me, como deve ser chamado o ser humano?


Um dos cientistas se levantou imediatamente e respondeu com toda pompa e vaidade:


- Nós não somos mais homo sapiens; somos agora "homo sapientíssimus". Dominamos a energia nuclear, nossos veículos são cada vez mais velozes, nossos prédios cada vez mais modernos, nossos computadores cada vez mais sofisticados e, a cada dia, novas invenções são criadas.


Dito isso, sentou-se o cientista com um largo sorriso de satisfação e orgulho, como se houvesse dado uma lição no comandante extraterrestre.


Logo após, um militar levantou-se e também falou:


- Além de "sapientíssimus", também somos "poderosíssimus". A cada dia criamos novas armas sofisticadíssimas. Temos, em nossos arsenais, bombas e armas para todas as finalidades. Desde guerras químicas a guerras nucleares. Mesmo nosso armamento convencional, como revólveres, metralhadoras, granadas e tanques é bastante desenvolvido.


Dito isso, sentou-se o militar com um largo sorriso arrogante, como se houvesse intimidado o comandante extraterrestre.


Logo após, levantou-se um político e pediu a palavra:


- Além de "sapientíssimus" e "poderosíssimus", também somos "carismáticus". Dominamos muito bem o uso da palavra, o magnetismo pessoal e em nossas mãos está o destino dos povos.


Dito isso, sentou-se o político com um largo sorriso de falsa modéstia, como se houvesse convencido o comandante extraterrestre.


A seguir, levantou-se um religioso e também pediu a palavra:


- Além de "sapientíssimus", "poderosíssimus" e "carismáticus", também somos "religiosus". Acreditamos em Deus e sabemos que ele protege o nosso povo. Já sabemos que existe um céu e um inferno, para premiar ou castigar as consciências além da morte. Somos tão crentes em Deus que, se for preciso, até brigamos por essa crença. Como vê, além de tudo, somos muito determinados em relação àquilo que acreditamos. E lhe digo mais, não sei se no seu planeta existe alguma religião, mas aqui na Terra quem manda é o Nosso Senhor Jesus Cristo. Só ele é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai se não for por ele! Se vocês quiserem, poderemos enviar alguns missionários para convertê-los à boa nova do evangelho. Se acreditarem nas verdades sagradas da bíblia, alcançarão o reino dos céus!


Dito isso, sentou-se o religioso com um largo sorriso moralista e hipócrita, como se houvesse convertido o comandante extraterrestre.


A essa altura, a bancada oriental, amante de Buda e de Krishna, bem como a bancada muçulmana, amante de Zoroastro e Maomé, já se encontrava em pé de guerra, protestando em altos brados contra o radical discurso cristão.


Antes que a reunião virasse uma guerra santa, o comandante extraterrestre emitiu um raio pela sua mão direita que paralisou imediatamente os religiosos brigões.


Impressionados com o poderio do visitante, todos prometeram se acalmar e respeitar democraticamente o ponto de vista diferente dos outros.


Por último, levantou-se um místico e gritou fortemente:


- Meus mestres extraterrestres! Não liguem para o que esses idiotas estão dizendo! Nós, os místicos, os esotéricos, os espiritualistas e os ufólogos, sabemos que vocês vieram para nos salvar. Há muito estamos esperando sua chegada. Estamos vivendo a Nova Era e nos encontramos às portas do terceiro milênio. Sabemos das catástrofes que irão sacudir o planeta, neste final de século. Portanto, estamos esperando suas orientações quanto à evacuação e o resgate dos eleitos espirituais da Terra. E esses eleitos não podem ser os materialistas, mas nós os ufólogos, místicos, esotéricos e espiritualistas que sempre acreditamos em vocês!


Dito isso, sentou-se o místico com um largo sorriso de fanatismo.


A essa altura, o comandante extraterrestre já estava arrependidíssimo de haver comparecido àquela reunião.


Se aquelas pobres criaturas eram incapazes de ter um relacionamento maduro entre elas mesmas, como poderiam estabelecer uma relação madura e produtiva com seus vizinhos cósmicos?Disposto a dar uma lição memorável naquelas pessoas tão tacanhas, o comandante espacial voltou a se comunicar por telepatia e expressou o seguinte:


Leia o final da história em


http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=Sections&file=index&req=viewarticle&artid=15&page=1

5 comentários:

Anónimo disse...

Que pena não ter conseguido entrar no site para ler o que o que o comandante dos ets expressou! Mas posso imaginar o quanto ficou desapontado. Desapontado, mas não impotente como eu fico ao observar estes terráquios com quem não me identifico e me desiludo a cada instante.
Tua amiga,
Linda

Carteiro disse...

Peço desculpa, link agora ok

fiquem bem

Anónimo disse...

Obrigada carteiro, já consegui ler. Pois,o comandante dos ets desistiu e também se sentiu impotente. Faço minhas as palavras de Voltaire "Para que discutir com os homens que não se rendem às verdades mais evidentes? Não são homens, são pedras. Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto."
Um abraço da
tua amiga,
Linda

Anónimo disse...

Caro João,
Finalmente tive tempo para visitar o teu blogue. Confesso que não tenho qualquer afinidade por este veiculo de discussão. Mas admiro a iniciativa de quem o faz e se dispõe a entabular longas conversas filosóficas. Tenho apenas a reservar a minha humilde opinião de que os problemas reais do mundo e das sociedades não beneficiam destas discussões. Admiraria mais se juntamente com estas discussões fossem apresentadas ideias práticas e mesmo convidados os vários bloggers a participar em iniciativas de cariz social que mitigassem as carências sociais.
Parece-me igualmente que se generaliza e enfatiza demasiado os estereotipos "culpados" da situação da humanidade. Acho que não vale a pena bater nos "ceguinhos". Eles não vão mudar por causa disso. Além disso, apesar de no global estas instituições terem falhado em conduzir os destinos das pessoas, sempre existiram em cada uma lideres sinceros que acreditavam piamente no bem que poderiam produzir. Apesar de todas as orientações, inuteis, erradas, anti-democráticas, rácistas, etc. estas instituições são o que realmente gere as pessoas nos seus locais. Produzem efeitos significativos nas vidas das pessoas, por exemplo a igreja católica (e eu não sou católico, nem simpatizante) tem importantes missões humanitárias em africa ajudando no terreno a salvar a vida de crianças, ajudando a criar escolas e proporcionar educação, etc. Outras instituições e governos têm programas semelhantes. Por isso o importante não é discutir quem tem mais culpa, quem é mais "burro", mas sim estar no terreno, criar iniciativas, ou pelo menos apoiar quem as cria, para mudar realmente as coisas.
Perdoa-me a longa mensagem e não leves a mal o meu desabafo. Acredito na tua boa vontade e que tens vontade de marcar a diferença.
Fica bem.
pr

Carteiro disse...

Caro Anónimo (ehehehe)

Bem, realmente, concordo com alguns pontos, vamos lá ver como isto fica.

Não sei ao certo quais os benefícios ou não da troca de ideias, repara, antes desta coisa da net, só podíamos trocar ideias com a “meia dúzia” do nosso universo pessoal, hoje não existem limites, claro que também existe o reverso da coisa, desinformação, erros, mentiras, coisas que “antigamente” eram escritas num bilhetinho e lido apenas por 5/6 da turma, hoje podem ser lidos por muitos.

Realmente o ideal é sair da zona de conforto (a cadeira em frente ao monitor) e sair para a rua e fazer algo, também nem todos nos estamos talhados para o voluntariado (por inúmeros motivos), mas é possível dentro de determinados parâmetros no mínimo ficar a saber que existe mil e uma possibilidade de fazer as coisas de outra forma, pelo menos na vertente teórica creio que tem algum valor, claro que é diferente ler uma receita a ter que confeccionar um prato!

Quase tudo na vida, inicia-se com uma ideia (seja plagiada ou original), só então depois poderá ou não ver a luz do sol num formato pratico, também creio que quanto maior for a base duma pirâmide (neste caso relativamente aos teóricos) mais alta será, pessoalmente já estive no terreno, é desgastante e não é para todos, tem que se ter um equilíbrio que é bem difícil de suster, hoje, prefiro as pequenas coisas, as chamadas coisas do dia a dia, um sorrisos ali, um gargalhada alem, uma opinião (quando solicitada), um pequeno empurrão para a frente, uma palavra amiga, uma brincadeira, um critica sincera, enfim, tentar ser um melhor ser humano (seja lá o que isso for) a cada dia que passa, isso constrói-se dia a dia ponde a teoria na pratica.

Quanto aos culpados, somos todos nós, não existem inocentes, somos culpados nem que seja por sermos inertes.

Claro que existem lideres cheios de boa vontade, por vezes esbarram em “maquinas” já tão bem instaladas que nada conseguem fazer, o que me leva a típica conclusão (de boas vontades está o inferno cheio), não é a boa vontade que serve para qualificar um líder, mas sim a capacidade de liderar e de fazer aquilo que se propôs, os lideres cheios de boas vontades mas que não as conseguem por em pratica, não são lideres, são pessoas que estão num cargo de líder.

É de conhecimento geral que a igreja católica tem feito e continua a fazer muitas obras de acção social principalmente em africa, sei de muitas delas (estive algum tempo ligado ao seminário Torre D”Aguilha que serve também para os missionários convalescerem das mazelas e privações que tiveram em africa), mas também sei que uma das metas ao salvarem um criança é para fazer dela um católico, pode parecer frieza da minha parte mas também é um formato de recrutamento para as fileiras da igreja.

Enfim, tudo está certo, tudo está errado.

Fica bem