Apenas pensamentos soltos que faço por unir de maneira que façam algum sentido ao serem lidos, também irei incluir o que na minha perspectiva considerar interessante.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Pré-ocupado
"“Ami estava contemplando umas aves que corriam em grupo pela praia, colhendo algum alimento que as ondas depositavam na areia. Lembrei-me que era tarde...
- Tenho que ir embora... a minha avó...
- Ainda está dormindo.
- Estou preocupado.
- Preocupado? Que tolice.
- Por quê?
- "Pré" significa "antes de". Eu não me "pré-ocupo"; ocupo-me.
- Não entendi, Ami.
- Não passes a vida a imaginar problemas que não aconteceram nem vão acontecer. Desfruta o presente. A vida é curta. Quando aparece um problema real, então te "ocupas" dele. Acharia correcto que nós estivéssemos preocupados imaginando que podia aparecer uma onda gigante e nos devorar? Seria uma tolice não desfrutar este momento, nesta noite tão linda... observa essas aves que correm sem preocupação... por que perder este momento por algo que não existe?
- Mas a minha avó existe...
- Claro, mas não existe nenhum problema com isso... E este momento, não existe?
- Estou preocupado...
- Ah terrícola, terrícola... Está bem, vamos ver a tua avó.”
em “Ami – o menino das estrelas”, adaptado
É algo que fazemos quase todo o instante. Pré-ocupar-nos.
Ao nos ocuparmos de problemas que não são reais, perdemos, em todo o sentido, o momento real, aquele que acontece no “agora”.
Assim como acontece perdermos a consciência do agora ao nos ocuparmos de algo que não está a acontecer neste momento, deixamos de nos pré-ocupar das coisas ao termos consciência do momento. Uma coisa leva a outra... qual prefere?
Ficarmos preocupados com algo que pode acontecer desencadeia mecanismos dentro de nós que nos causam desconforto. Estar ansioso, triste, angustiado é desconfortável. Vamos dando espaço para que essas emoções cresçam e nos ocupem e perturbem cada vez mais, vai fazendo doer mais a cabeça, envenenando mais o corpo... mas não resolve nenhum problema que possa surgir. Bem pelo contrário, vai tirando a consciência do momento, em que podemos ser, estar e fazer de forma diferente, em que podemos apreciar a vida e as suas belas cores.
É difícil, mas é tudo uma questão de treino. Ao compreendermos totalmente o alcance desta escolha, torna-se tudo mais fácil. Resta então apreender, integrar.
Assim que nos dermos conta de que estamos a pré-ocupar-nos de algo que não está a acontecer, temos a oportunidade de voltar ao agora. Assim é o mesmo quando estamos a prever algo. Pré-ver. Não é apenas uma questão de semântica!
É comum ouvir “já estou a prever o que vai acontecer”. Mas não o ouvimos apenas aos outros.
Quantas vezes algo nos foge do controle e começamos a antecipar o resultado da situação? Na maioria das vezes constatamos que não aconteceu aquilo que “previmos”. Mas no decorrer do processo houve um desgaste desnecessário e muitos momentos em que não tivemos consciência da vida, por assim dizer. Além de que ao antecipar algo, ao vibrar nessa direcção, acabámos por nos fechar a muitas outras janelas que se possam ter aberto e podemos ter aberto algumas que não desejávamos naquele momento.
Como Ami diz no livro... Preocupado? Que tolice. Porquê perder este momento por algo que não existe?
Fonte: universo de luz
Fiquem bem
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1 comentário:
Eu ouvi coisa semelhante de um amigo: que eu tentava atravessar a ponte antes de chegar nela.
Deixar esse hábito é difiiiiiicil!
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