domingo, 5 de outubro de 2008

Circulo de ódio




1 - O director de uma empresa gritou com o seu gerente porque estava irritadíssimo.
2 - O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais.
3 - A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão.
4 - A empregada deu um pontapé no cão porque tropeçou nele enquanto limpava os cacos.
5 - O cão saiu correndo da casa e mordeu numa mulher que passava pela rua.
6 - Essa mulher foi ao poste de saúde para fazer um curativo e levar uma vacina. Ela gritou com o enfermeiro porque a vacina doeu ao ser aplicada.
7 - O enfermeiro, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não lhe agradava.
8- A esposa afagou os cabelos dele e beijou-o, dizendo: Querido! Prometo que amanhã vou fazer o teu prato favorito, trabalhas muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono, amanhã vais te sentir melhor, Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos.
9 - Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio! Esbarrou na tolerância, na doçura, no perdão e no amor. Se estamos no Círculo do ódio, é bom lembramos que ele pode ser quebrado.
Não devemos mudar a nossa natureza, se alguém nos faz algum mal, apenas devemos tomar alguns cuidados, alguns de nos perseguem a felicidade (um carro, um emprego, um relacionamento), outros simplesmente a criam.
Preocuparmo-nos mais com nossa consciência do que com nossa reputação é vital, a consciência é o que realmente somos, a reputação é o que os outros pensam que somos, e o que os outros pensam, é problema deles.

Fiquem bem

12 comentários:

Anónimo disse...

Também concordo, a nossa consciência é que nos julga, o pior é que as pessoas, quase todas as que conheço, têm por máxima mental o seguinte: "Boa cara, mas mau coração. Portanto têm as suas consciências apaziguadas, e dizem alegremente que sabem viver. Falando de mim própria,tenho "má cara quando me aborrecem e bom coração" mas eu sou diferente do normal. Quando as pessoas têm preocupação com a reputação, acontece estes ciclos de ódio, descarregam a raiva, seja de modo explosivo, ou seja pelo silêncio hostil. Sãos os tais "boa cara e mau coração" que descarregam em quem lhes está numa posição inferior, ou que podem dominar, isto é o comum. Não comum é a atitude da esposa da história, onde estão essas pessoas raras, com "boa cara e bom coração, e tão seguras de si mesmas? Eu quero ser assim,(risos)é verdade, gostava mesmo de ser assim,estar sempre atenta e segura de mim, para entender que os maus momentos dos outros, não são meus, são inseguranças do outro.Às vezes consigo, outras vezes não.
Um abraço.

Carteiro disse...

Olá
Claro que existem diversas maneiras de se ser assim, pode ser inato, nascemos já assim (o que me deixa algumas duvidas), pode ser comportamento adquirido (sou mais virado para este, tem a ver com o que nós foi passado pelos encarregados de educação e sociedade), pode ser trabalhado (o que demora o seu tempo e quanto mais tarde se começar mais difícil o é)
A interiorização de algo (tipo filosofia de vida) não se consegue num fim de semana, nem num mês, nem num ano, é algo que demora a “pegar”, de forma teórica posso dizer que 10 anos é um numero simpático, claro que nesta sociedade de “é tudo para ontem” falar em dez anos é quase um crime de lesa-majestade, repara, só realmente se poderá ver dentro duma pessoa se lhe pisarmos o “rabo”, aí essa pessoa reage em formato “automático” daquilo que realmente tem dentro de si, um cão quase que morde, um gato irá morder certamente, claro, não existem enganos no reino animal, um cão é um cão um gato é um gato, obvio que ao entramos no reino humano é que tudo se complica, quem é cão, quem é gato? Quase nada é o que parece.
Duas maneiras de aprender, plagio (sem qualquer conotação negativa) ou experiências próprias.
Bem, num plagio até é fácil, vamos copiando como reagem os outros e vamos assim fazendo, pontos positivos, é “fácil”, repetindo infinitamente consegue-se interiorizar, pontos menos positivos, por vezes os modelos que se copiam não são os melhores, por vezes quando surgem situações novas não sabemos como reagir (por isso algumas reacções totalmente descabidas de algumas pessoas)
Experiências próprias, pontos positivos, serem únicas, serem inesquecíveis, pontos menos positivos, serem lentas, por vezes falta a possibilidade de as ter.

Sendo assim (se é que o é), a junção das duas será sem duvidas bem proveitosa, um pouco como unir a teoria a pratica, alem disso, tudo são ferramentas, nada como as ir utilizando para se saber para o que servem, por vezes usando umas dicas, outras usando a intuição, outras, por que não, enviar moeda ao ar!

Fica bem

Anónimo disse...

Não acho dez anos muito, o que é isso do tempo?
Quem teria escrito o teu texto?

Deixa-me reescrever a tua história à minha maneira:

1 - O director de uma empresa gritou com o seu gerente porque estava irritadíssimo, tinha prazos para cumprir, e o gerente estava preocupado com as finanças dele, não as do director.


2 - O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais, coisa que era um facto,e que o trazia stressado. Como tinha sido tratado com sinceridade, e viu que não morreu por isso,decidiu que também ia dizer à esposa, o que já pensava, mas evitava de dizer para não se chatear.

3 - A esposa nervosa, porque se sentia culpada,pois na verdade cometia uns abusos, ficou irritada pois não tinha como se defender e negar, por isso gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão.

4 - A empregada porque precisava do emprego, e não podia responder à letra à esposa, deu um pontapé no cão, descarregando a impotência que sentia por não ser rica e não precisar de lavar pratos de pessoas mimadas. Assim sentiu-se frustrada, e porque tropeçou com o cão enquanto limpava os cacos, descarregou a impotencia, em quem era mais impotente do que ela.

5 - O cão saiu correndo da casa e sem saber porque foi pontapeteado, mordeu numa mulher que passava pela rua, pois ela usava o mesmo perfume da empregada.

6 - Essa mulher foi ao poste de saúde para fazer um curativo e levar uma vacina. Ela gritou com o enfermeiro, porque estava com dores, e o enfermeiro que nunca tinha sido mordido por um cão, depreendeu que tinha que ser mais sensível, à dor dos outros, mas e às deles quem é que era sensível?

7 - O enfermeiro, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não lhe agradava, estava farto de comer coisas que não lhe agradavam.

8- A esposa afagou os cabelos dele e beijou-o, dizendo: Querido! Prometo que amanhã vou fazer o teu prato favorito, trabalhas muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono, amanhã vais te sentir melhor, Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos. Ela pensou para ela: Meu Deus há quanto tempo não lhe faço o prato favorito dele?

9 - Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio! Esbarrou na verdade e na sinceridade.


Não devemos mudar a nossa natureza, se alguém nos faz algum mal, pois afinal o que é o mal, ele depende dos nossos falsos conceitos que ser bom, é quem está sempre a sorrir e de ar doce,compassivo, complacente, bonacheirão e com um aspecto de beato humilde, e o mal é quem faz ruído, quem diz o que sente.Pois tenhamos cautela, e sejamos sensatos,lembremo-nos que o perigo está no relâmpago silencioso, e não no trovão, e que "cão que ladra não morde"

Um abraço amigo.

Carteiro disse...

Olá
Excelente dissertação, gostei mesmo, apenas não concordo com o ultimo paragrafo totalmente, se tempo e mal não são reais (concordo), convêm não esquecer que dor também não é real (muita gente concorda), mas também, prazer também não é real (muita gente discorda), para mime assim, prazer e dor são irreais, apenas a paz é real, mas isso não me faz de maneira nenhuma deixar de procurar o prazer (eu sei que é um contra-censo), apenas tento ter prazer com alguma paz (o que nem sempre consigo).
Não é fácil essa coisa da frontalidade, a parte engraçada é que fomos ensinados (e ensinamos) os nossos filhos a não mentir, depois também os ensinamos e não dizerem o que sentem quando recebem aquele presente “piroso” da tia, fomos criados para sermos confusos e estamos a criar seres para eles também serem confusos.
Mas voltando a frontalidade, penso que na “estória” o problema não é a frontalidade mas sim a explosão, fruto de acumular e acumular e acumular os “algos” que deveriam ter sido conversados a mais tempo, coisas como simular um orgasmos são o quê? Um simples virar as costas e encolher os ombros são o quê? São apenas algo mais “fácil” no presente que no futuro dará problemas, a dificuldade de comunicação é terrível, pensamos por vezes pelos outros sem lhes pedir autorização, cremos que se fizermos assim ou assado os outros irão se sentir melhor, um pouco como aquele marido/namorado que todos os anos oferece “lingerie sensual” a esposa/namorada, bem a frontalidade é algo que deve ser usada quando algo nos incomoda, isto logo no inicio (e temos a certeza disso), pequenas coisas podem se tornar grandes coisas se as alimentarmos.

Fica bem

Anónimo disse...

Pois bem, estamos a cair no sexo para utilizar imagens, algum sentimento de revolta meu amigo?
Em nome dessa paz real que tu falas, é que as pessoas não dizem o que sentem. Observa a paz que existe na natureza após uma tempestade, e depois diz-me se não é da frontalidade que nasce uma paz duradoura por algum tempo. Sabes porque se finge, porquê a "boa cara e mau coração"? Para não desagradar o egocentrismo dos outros, ninguém admite não ser o tal, não ser o perfeito, porque devemos fazer bonito, para manter essa "paz real" Mas diz-me o que entendes por paz real? e como assim, dor e prazer não existem, explica-me.
Um abraço da tua amiga

Carteiro disse...

Olá
Sexo, é algo que me fascina, as vibrações energéticas que desperta é algo fantástico e maravilhoso, as potencialidades dessa energia são ilimitadas. Bem, cá na ilha também conheci um bolo de chocolate fantástico, também falo muito nele, sim verdade, é a primeira vez que escrevo sobre ele.
Sobre a revolta, estou revoltado sim, não, não estou, estou sim, não, não estou, estou sim, não, não estou ….. (até acabar o malmequer ehehehe)
A famosa paz depois da tempestade, mas isso pode ser apenas uma interpretação, reservo-me o direito a ter outra, em vez de paz é um hiato, uma paragem como a que existe na nossa respiração, aquele segundo em que nem ar entra nem sai, não tem que existir destruição para se criar a paz, isso é falácia, um pouco como a que cada menos se diz “os países que entraram na segunda guerra é que se desenvolveram”, como disse a pouco, tudo é temporal e geográfico.

Sobre o resto, possivelmente escreverei um pouco mais para a frente, já é tarda e vou dormir

Fica bem

Anónimo disse...

Enquanto tiras as pétalas ao malmequer, penso que temos aqui uma pequena confusão entre aquilo que quero dizer, e a interpretação que estás a fazer. O que eu digo, nada tem a ver com a destruição, possivelmente não estou a ser suficientemente clara. Sempre tendo como base o pequeno texto que postast, o que quero exprimir é o seguinte; a "paz" está dentro de nós, a frontalidade e o "ódio" não deve ser interpretado como negativo, é através das emoções da ira que nos expressamos, estas deverão ser libertadas, pois o perigo não é o barulho e a falta de harmonia aparente, o perigo é não deixar expressar sem medos o que realmente estamos sentindo, armazenar a raiva, a impaciência, não é positivo, esse silêncio que se pratica em nome da harmonia entre as partes, pode ser muito perigoso. Também não devemos interpretar como ofensas pessoais o facto de uma pessoa exprimir a raiva, dizer aquilo que pensa, mesmo que os seus pensamentos estejam "errados" Temos que entender que quando uma pessoa está deveras aborrecida e é desagradável, mal humorada, ela está revelando as suas próprias frustações e impotências, nós somos apenas o espelho onde ela se está projectando, a ira dela não tem a ver especialmente connosco, mas consigo mesma. Quanto a mim, o perigo está precisamente no relâmpago silencioso, o trovão é inóquo, utilizei a imagem da natureza para dizer que a natureza tem meios para se renovar e equilibrar, como nós. Nem sempre o tal circulo do ódio deve ser interpretado com negatividade,ele traz consigo verdades, e são positivos para a pessoa que os expressa, desde que não os façam sentir culpados, traz reflexão interior, tanto para a pessoa em questão quanto para o outro e revela-nos coisas que não podiamos entender no silêncio. Porquê é qie em nome dos bons costumes temos que engolir em seco e despejar a negatividade de uma forma destrutiva? Porque é que criticamos as birras das crianças?
Abraço.

Carteiro disse...

Olá, relativamente as pétalas, não era eu, era quem interpretava o que eu escrevia (escrevo).
Eu creio que estamos a dizer o mesmo com apenas umas semifusas de diferencia, aquilo do circulo de ódio é apenas um chamada de atenção a acumulação de emoções, problemático não são as emoções, é a acumulação que muitas vezes (demais) é um trovão que atinge terceiros (o por quê de se deixarem atingir é outra questão) de forma danosa.
As famosas birras das crianças, simplesmente não as entendemos, não entendemos o ponto de vista da criança, isto é, não sabemos ou não nos recordamos do que lhe foi feito ou que fizemos, as birras tem uma fonte, são reacções excessivas que tem mais a ver com falta de esperança, uma falsa esperança formada num esforço inconsciente da criança de mudar os pais para poder obter aquilo que no momento “necessita”, em algumas crianças o seu inconsciente dedica-se constantemente a essa manobra que aparentemente é ofensiva mas não passa de uma manobra defensiva, são “batalhas” que não devem ter nem vencedor, nem derrotado, claro, que são os pais que são os adultos, recai sobre eles a maior responsabilidade.

Fica bem

Anónimo disse...

Pois era, achei curioso a imagem apresentada para explicar uma ideia. Compreendo perfeitamente os motivos que lhe estão inerentes, os aparentes claro, há um tabu em relação a esse assunto que é preciso desmistificar,discutir e analisar.As birras das crianças, são o que dizes e são também cansaço, um mal estar que não conseguem definir. Elas têm um motivo, a frustração interior que elas sentem seja pelo motivo que for. Em geral são reprimidas,criticadas e censuradas, ou então são satisfeitas para não incomodar, não é esse o principio de todo o circulo da hostilidade adulta, não deixarão as pessoas desde a tenra idade confusas e desorientadas porque não podem demonstrarem o seu descontentamento e a sua frustração? Falava eu dessa paz da educação, do politicamente correcto. Falava eu do silêncio forçado em nome da educação, da moral e dos bons costumes.
Abraço

Anónimo disse...

Esqueci-me de acrescentar uma coisa que acho importante em relação às birras das crianças, é essa luta pelo poder, é que a vai ensinar a estabelecer os seus limites, onde pode ir, ou não pode ir. Quando adultos as birras continuam e os objectivos não são muito diferentes, há que ouvir atentamente todas as "birras adultas" e não ficar incomodado, nem considerar afronta pessoal. Acho interessante desenvolver estas ideias, mesmo caindo em erros de apreciação, para que o pensamento vogue em busca de mais lucidez, menos dedos apontados ao outro, mais responsabilidade pelo Todo, mais abertura de consciência, mais caridade sem hipocrisia e menos religião. Não basta sermos bons,e repetir frases que não compreendemos bem o real significado, temos que saber porque devemos ser bons,temos que vencer a preguiça que temos de pensar livremente. Temos que fazer análises criticas, ter raciocínio critico, não ter receio de formular juízos errados, ir avançando, e reformulando as nossas "verdades" sempre que for necessário.
Amigo, há quem me acuse de aprofundar muito as coisas, penso que é exactamente o que estás a pensar neste momento, quase toda a gente me diz isso,(risos) espero não ter incomodado muito.
Abraço.

Carteiro disse...

Ehehehe rigorosamente o inverso de incomodar

Fica bem

Carteiro disse...

Pois, eu creio que estamos relativamente próximos, claro que em alguns pontos temos umas diferenças, vou colocar aqui um texto que escrevi (os nossos filhos), possivelmente dará uma ideia daquilo que penso.

Fica bem