Por aqui ninguém conhece o Fernando, é “apenas” um pintor,
um pintor que possivelmente vai morrer (ou “pior”) no seu posto de trabalho, o
Fernando não come, não descansa, não dorme, apenas fuma e pinta, o Fernando é
um perfeccionista numa obra de gente perdida, isto, num fim de mundo que apenas
espelho o país que somos.
Gradativamente ele tem se deixado esmagar pela demagogia
inerente de lideranças não preparadas nem versadas para fazer algo maior que
uma casota de cão (analogia sem qualquer intuito ofensivo para com os nossos
amigos caninos!).
O Fernando não tem qualquer tipo de sentido de humor,
perdeu-o pelo caminho ou simplesmente lho roubaram, conseguir arrancar dele
dois pequenos esboços de sorrisos foi uma tarefa dantesca.
Das diversas vezes que se sentiu indisposto, duas teve que
ir ao “hospital” com suspeitas dos médicos de pequenos AVCs, problema é que o
Fernando contra tudo e todos não quer ir para casa, o “tou bem” ou “já vou
ficar bem” dele tem certamente a ver com os “sapatos” que calça, quem é o Fernando?
Que infância teve o Fernando? Como pode ele deixar que o trabalho lhe roube a saúde
física e mental e possivelmente o leve ao fim desta sua vida? Não estarei na
presença dum suicídio menos rápido guiado pela mão duma depressão provocada por
carga a mais imposta/aceite ao/pelo Fernando?
Já não lhe digo nada sobre o parar, apenas agora lhe digo
que se necessitar de algo que me seja viável, contar comigo!
Fiquem bem!
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