quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Chover no molhado (ou talvez não)


Tirei esta foto no aeroporto da Ilha Terceira (Açores) enquanto esperava na fila do “check in”, tirei quando estavam de costas, pai, mãe e três filhos!

Bem, esta família chegou atrasada, bem, quase toda a família, o pai, nunca mais chegava!

Fui apenas observando, os filhos corriam pelo aeroporto em busca dele (pai), a mãe fazia o mesmo, o seu semblante cada vez mais carregado (era o pai que tinha os bilhetes, sobe depois), enfim, isto durou uns 15 minutos, finalmente o pai apareceu e não é que os filhos o receberam com olhares doces e a mãe sorriu e beijou-o!

Pois, pois, usualmente (a boa maneira portuguesa) seria algo assim: Porra, é sempre a mesma coisa, não respeitas nada nem ninguém, eu aqui aflita e tu ………………………… e o resto das ferias “estragadas”.

Não sei qual o motivo do atraso, apenas tive o prazer de “conhecer” visualmente o que aparentemente são cinco seres humanos para os quais “família” não é apenas mais uma coisa!

Devido a nossa falta de equilíbrio repetimos erros sem fim, a esposa bate com o carro, o marido chega e na frente de todos chama-lhe distraída e estúpida quando deveria abraçar e acarinha, ela já se sente mal, não necessita de mais ajuda para tal, claro que depois, com mais tempo pode-se ter uma conversa sobre o acidente, vai-se ao medico de urgência e lá vem o sermão do que se devia ter prevenido atempadamente (claro, é obvio).

A necessidade de “educar” seja como for, a parte “engraçada” é que é sempre para o bem do outro, os nossos pais fizeram connosco e repetimos com os filhos, com os vizinhos, com quem que estiver a “jeito”!

Enfim, temos uma necessidade inata de dizer: eu tinha-te avisado! Porem, um amigo (seja familiar ou não) não tem esse direito, existe um prazer em dizer de forma encoberta atrás do “eu tinha-te avisado” eu é que tinha razão, eu é que sei, eu, eu, eu, eu ……………

Será que isso nos faz maus por natureza?! Creio que não, creio que apenas nos faz clones de algo que se denomina comportamentos adquiridos, isto através da sociedade que nos relacionamos, ou seja “pescadinha de rabo na boca”, sociedade faz de nós pessoas menos boas e não fazemos da sociedade algo também menos bom, um circulo que está a demorar a ser quebrado, reitero: a pergunta que poucos fazem e todos deveríamos fazer é: E se fosse eu? Se fosse comigo? Se fosse com os meus?
Claro que quando digo isto pessoalmente a alguém, essas pessoas (a maioria) pensa nisso uns 17/18 segundos, depois se comento humoristicamente que se as mulheres tivessem os seios nas costas receberiam muitos mais abraço (é exactamente como estas a pensar, vais-te recordar muito mais de 17 segundos)

Fiquem bem

ICC- não Mi, não estou zangado nem mal disposto, estou muito em paz!

5 comentários:

Anónimo disse...

Todavia meu caro, só descobrimos algumas coisas depois de feitas, so descobrimos que deveriamos ter estudado mais quando precisamos dos estudos, descobrimos que a mae é uma maravilha quando a perdemos.

:(
Iara

Carteiro disse...

Isso mesmo Iara, Descobrimos por nós as coisas realmente importantes, não necessitamos que nos forcem a engolir!

Beijocas

Anónimo disse...

Se fosse meu marido a sumir no aeroporto, com certeza seria fuzilado assim que aparecesse. E ele contaria, nesse meio tempo, que foi comprar as revistas que os meninos pediram e eu também, mas daí que viu um livro interessante sobre mistérios da natureza que eu iria gostar, que inclusive tem uma reportagem só sobre viagens astrais, comprou também uma revistas de receitas de culinária indiana, que achou que eu iria gostar, mas daí o cartão de crédito não passava porque a linha estava congestionada, e tinha uma senhora na frente... blablabla. Qualquer um desistiria de fuzilar.
O pior é que é SEMPRE assim!
Então decidimos, para o bem de todos, tirar férias separados. :))))
Na última ralei os dois joelhos e os pés, então, eles ficavam sossegados nas piscinas e eu sossegada onde eu quisesse. :))
Afinal de contas, não nascemos grudados.

bjs

sou disse...

Olá meu amigo,
Ah que imaginação João! As tuas personagens da fotografia: As crianças e a mãe. Provavelmente estavam apreensivas e preocupadas, porque tinham medo que o pai e respectivo companheiro, se tivesse perdido, já porque por razoes que desconhecemos ele não estava com eles. Então quando o avistaram receberam-no felizes. Como é que os portugueses são assim? Quem é que recebe as pessoas a que têm carinho desse modo que tu falas? Quem é o marido que dá uma bronca na mulher, se ela bate com o automóvel, e em frente de todos? Que imagem de Portugal que tu dás...Não somos todos assim, alguns de nós, serão, por mau génio, por falta de educação, mas não podemos generalizar, porque não é uma verdade de todos os portugueses.

sou disse...

À boa maneira portuguesa, o que acontece é que, em grosso modo, usualmente, as pessoas não ouvem os outros. Uns porque são como S. Tomé- "Ver para crer" outros porque habituaram-se a não confiar nos outros, e ainda há os teimosos e egocêntricos, os que se pensam bafejados pela sorte,... os que se julgam os mais espertos, os que querem experimentar tudo, os imaturos, os que arranjam fugas para não se enfrentarem a si mesmo, enfim... tantos motivos. Por isso é relativo, nem sempre o célebre " eu tinha-te avisado!" é egocêntrico, muitas vezes é um protesto doloroso pela surdez dos outros.