sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"o Teste do Filtro Triplo"


Na Grécia Antiga, Sócrates detinha uma elevada reputação e era muito estimado pelo seu conhecimento da natureza humana. Um dia, um conhecido do grande filósofo aproximou-se dele e disse:

- Sócrates, sabe o que eu acabei de ouvir acerca daquele teu amigo?

- Espera um minuto - interrompeu Sócrates.

- Antes que me digas mais alguma coisa, gostaria de te fazer um teste.

Chama-se "o Teste do Filtro Triplo"

- Filtro Triplo?

- Sim - continuou Sócrates, - Antes que me fales do meu amigo talvez fosse boa ideia parar um momento para filtrar aquilo que vais dizer fazendo passar essa informação por um teste a que chamei o Filtro Triplo." E continuou:

- O primeiro filtro é VERDADE. Tens a certeza absoluta de que aquilo que me vais dizer é absolutamente verdadeiro?

- Não - disse o homem - o que acontece é que eu ouvi dizer que...

- Então não sabes se é verdade - diz Sócrates

- Passemos ao segundo filtro, que é BONDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo é bom? - Não, muito pelo contrário...

- Então - continuou Sócrates - queres dizer-me algo negativo sobre ele e ainda por cima nem sabes se é ou não verdadeiro.

No entanto, pode ser que ainda passes o terceiro filtro. O último filtro é UTILIDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo será útil para mim, para ti, ou para ele?

- Não, acho que não...

- Bem - concluiu Sócrates
- se o que me dirás não é nem bom, nem útil e muito menos verdadeiro, para quê dizer-me?

4 comentários:

Anónimo disse...

"Mas o que eu queria dizer é que o seu amigo, que é casado com a fulaninha, acaba de perder um filho. Pelo menos foi o que me disseram. Não sei se é verdade, claro'. Também não sei se é de alguma utilidade, uma vez que não poderemos ressucitar o menino. E não é negativo, uma vez que não é maledicência, mas uma preocupação".

Até que seria uma boa resposta. :))))

beijinhos

Iara Alencar disse...

pena que as pessoas nao seguem isso.
porque se seguissem talvez o mundo poderia ser melhor.

Iara Alencar disse...

pena que as pessoas nao seguem isso.
porque se seguissem talvez o mundo poderia ser melhor.

Carteiro disse...

Olá, Senhora e Iara

Bem, estive para escrever um pouco mais, depois pensei em escrever num comentário, mas depois nada, vai agora.
“só sei que nada sei”, é maravilhoso filosoficamente, é poético, é lúcido e claro, obviamente que se fosse “a única coisa que sei é que nada sei”, estaria mais correcto mas seria menos ………

Ok, sobre o texto, claro que ele o texto pode ser lido e entendido que bastaria um dos itens “passar” para ele poder receber a “mensagem” (como muito bem ilustrado pela Senhora), se quisermos entrar em debates linguísticos possivelmente apenas iremos desvirtuar o texto, possivelmente como me disse um amigo meu, ele tem um amigo que apenas diz “não me digam mal de ninguém!”

Isto tudo é lindo, mas o ser humano foi mais longe, consegue dizer mal fazendo parecer aos menos atentos que está a dizer bem (é essa criatividade que me fascina no ser humano, apenas está em muitos casos mal direccionada!)

Pois, podemos dourar a pílula, mas o não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem continua a ser uma máxima ainda um pouco longe, isto claro, genericamente.

Fiquem bem